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Suspeito por cerca de 30 mortes no Rio Grande do Sul é preso em farmácia em Santa Catarina

A Polícia Civil gaúcha realizou, na noite dessa quarta-feira, 21, a prisão de um criminoso de alta periculosidade responsável por disputa de grupos criminosos, os quais ocasionaram diversas mortes na Capital e Região Metropolitana do Rio Grande do Sul. O foragido foi preso em Garopaba, durante ação da Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP) de Viamão, com o apoio da Polícia Civil de Santa Catarina.

A prisão ocorreu no momento em que o criminoso saiu de sua residência, no bairro Pinguirito, onde estava há alguns dias e já tinha vindo no ano passado também, para ir em uma farmácia no bairro Ambrosio.

Desde setembro de 2023, as investigações vinham sendo realizadas para capturar o criminoso, sendo que nos últimos dois meses as buscas se intensificaram, inclusive com deslocamentos frequentes dos policiais até Santa Catarina.

O preso é apontado pela investigação por ter participação em pelo menos, 30 mortes na região Norte e Sul de Porto Alegre e Região Metropolitana, como Viamão, Alvorada e Canoas. Entre as mortes causadas, se destaca a de uma estudante da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, na Ilha das Flores, em janeiro de 2024.

Durante coletiva de imprensa realizada na Cidade da Polícia, o Secretário da Segurança Pública do RS, Sandro Caron, falou sobre a importância desta prisão: “Foram seis meses de trabalho técnico e de investigação. Esta foi a prisão mais importante que tínhamos que fazer para reduzir os homicídios no Rio Grande do Sul”, disse o Secretário.

O chefe de Polícia, Delegado Fernando Sodré, durante sua fala, destacou: “O indivíduo preso é dissidente de um grupo criminoso da Capital e, desde setembro do ano passado, com essa dissidência, ocorreram conflitos entre organizações criminosas que ocasionaram diversas mortes no Rio Grande Sul. Trata-se de um indivíduo de alta periculosidade e que tem vinculação de forma direta ou indireta com inúmeras mortes”.

Já o Diretor da Divisão de Homicídios da Região Metropolitana, Delegado Rafael Pereira, falou sobre a prisão: “Temos o objetivo de prender não apenas os executores e mandantes, mas também os líderes de organização criminosa, que também se beneficiam desses conflitos em busca de território”, afirmou.

As buscas permanecem sendo realizadas em cidades de Santa Catarina, em continuidade das investigações, às quais terão desdobramento no que tange à asfixia financeira do dinheiro ilícito angariado pelo indivíduo preso. 

Briga pelo controle do tráfico

A Polícia Civil indica que o criminoso, de 32 anos, é o pivô de uma guerra entre facções no bairro Mario Quintana, na zona Norte de Porto Alegre. Ele também é apontado como fundador da quadrilha Comando Nova Geração.

De acordo com as investigações, antes de criar um grupo próprio, o preso atuava como gerente de uma facção com raízes no bairro Bom Jesus, na zona Leste, mas que também tinha atuação na zona Norte. Nesse período, ele ainda era subordinado de outro criminoso, preso em 2016, no Paraguai. No ano seguinte, houve a transferência dele para a Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, onde ainda permanece.

As investigações apontaram que a ausência do líder fez com que o criminoso expandisse sua influência na zona Norte, a ponto de sair do grupo e formar uma nova quadrilha, intitulada ‘Comando Nova Geração’. Desde então, ele teria se aliado a traficantes das vilas Jardim e Cruzeiro, além de grupos do Loteamento Timbaúva, para fazer frente ao poder bélico da antiga facção.

Movimentações financeiras milionárias

Segundo a Polícia Civil, o grupo chegou a movimentar aproximadamente R$ 1 milhão por semana, após tomar pontos de tráfico no bairro Mário Quintana. Os entorpecentes, na maior parte, vinham de países vizinhos.

O criminoso também é conhecido por uma alcunha que faz referência ao tráfico na Vila Safira. Ele acumula delitos há pelo menos 13 anos, respondendo, além de homicídios, por lavagem de dinheiro, organização criminosa, tráfico de drogas e posse irregular de arma de fogo.

Apesar dos antecedentes, o criminoso foi preso apenas uma vez, em 2010, sendo colocado novamente em liberdade onze meses depois.

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